sexta-feira, 29 de junho de 2012


O projeto da Estela Vieira é partiu de um tema teorico  e polemico de reflexão,  como ela mesma diz, pois trata da arte e da representação erótica, é um tema delicado. A sexualidade sempre foi um tema de difícil discussão, sobretudo nos contextos escolares. O fato é que além da dificuldade de se trabalhar com essa temática, na escola ela vai além dos muros da escola, a arte tem abrangência. Isto implica uma profunda discussão do processo educacional, já que somo movidos pela curiosidade e dúvidas a respeito de vários assuntos em determinada área de nossas vidas. Mas por, mas tenha avançado a tecnologia de informação a sexualidade ainda é obscura.  Uma vez que toda a cultura e conhecimentos são construídos ao longo do desenvolvimento humano, onde a escola e os educadores assumem responsabilidades fundamentais nessa formação. Naturalmente a sexualidade é o que nos reuni como espécie humana. 

  Quando se trata em Arte já se torna polemico e ainda acorrentado a sexualidade, tanto a Sexualidade como a Arte são temas recortados por aspectos individuais, e sociais, aspectos estes que coincidem com as produções de vulnerabilidades, permitindo, dessa forma, a articulação necessária para alcançar o objetivo do projeto. Que é uma reflexão sobre as diversas práticas da sexualidade.

Parabéns! !

Eu não levaria a tona temas tão polêmicos assim para a sala de aula.

Leia!
Anjo Negro- Nelson Rodrigues.

O elemento que direciona todas as ações humanas nesta obra de Nelson Rodrigues é a sexualidade, apresentada sempre de forma corrompida. O sexo está o tempo todo relacionado à violência e ao desejo proibido.
Parece haver uma preocupação do autor em perturbar o leitor, utilizando o choque para trazer à tona tudo o que está velado na sociedade. Trata-se de uma tragédia com um desfecho inesperado: embora tudo induza ao fato de que Virgínia será morta pelo marido, a história termina com a morte da filha de Virgínia, tramada pela própria mãe com a ajuda de Ismael.
Escrita em 1946, Anjo Negro rompe com características até então comuns ao teatro brasileiro, como a unidade temporal (história transcorrida ao logo de apenas um dia).
Gênero
Literatura Dramática
Narrador
Na literatura dramática não há um narrador, pois a história é contada em forma de diálogos.
Personagens principais
Ismael: Médico. Homem negro, inescrupuloso e violento. Profundamente recalcado em função de sua cor, diz à filha (Ana Maria) que é branco e a cega para que não perceba a realidade. Da mesma forma, há indícios de que tenha cegado o irmão de criação, branco, por uma ardilosa troca de remédios. Ismael ama o branco, mas com violência, o que fica claro pelo isolamento a que submete a mulher para que ninguém a veja.
Virgínia: Mulher de Ismael, branca, vítima da violência sexual do marido. Logo no início da trama, ela deseja o noivo da prima com quem é criada e se deixa possuir por ele. Ao descobrir a traição, a prima se enforca e a tia de Virgínia, para se vingar pela morte da filha, promove o estupro da sobrinha por Ismael. Virgínia desenvolve a arte da sobrevivência por meio da sexualidade, que é o que vai salvá-la no fim da trama.
Ana Maria: Filha branca de Virgínia, fruto de sua relação extraconjugal com Elias, irmão de criação de Ismael. Inexpressiva na obra, aparece apenas no terceiro ato. É enganada e abusada sexualmente por Ismael.
Elias: Irmão de criação de Ismael, branco. Tudo indica que foi cegado pelo irmão.
Tia (de Virgínia): Mulher vingativa, cruel e superprotetora das filhas.
Tempo
Não fica claro em que momento transcorre a história. Do segundo para no terceiro ato, há um hiato de aproximadamente 15 anos.
Espaço
Não há nenhuma referência à paisagem externa. Toda a história se passa no quintal, na frente e dentro da casa de Ismael.
Ênio José Ditterich, mestre em Literatura pela UFPR

Fonte: (materia publicada na Gazeta do Povo, no dia 17/10/2011)


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